segunda-feira, 11 de abril de 2011

A indústria do luxo tem o seu lado podre. O trabalho escravo mancha a moda brasileira


Prof. Wilson,

A indústria da moda, segundo notícia publicada pelo Valor Econômico (07/04/2011) tem também uma face nada glamurosa. Para identificá-la, no entanto, é preciso examiná-la nos bastidores porque é na retaguarda que  exibe uma realidade dramática: a exploração abusiva da mão de obra, ou seja para falar diretamente: o trabalho escravo.
A Superintendência Regional de Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE/SE) já emitiu desde o segundo semestre de 2009 mais de 140 autos de infração contra oficinas de costura e também duas grandes redes varejistas têxteis por estarem utilizando estrangeiros (sobretudo bolivianos) em condições desumanas.
A C&A e a Marisa foram em anos passados envolvidas em denúncias confirmadas de exploração de trabalho escravo, por estarem adquirindo roupas produzidas por oficinas nestas condições, e informam que já tomaram todas as medidas para descredenciar fornecedores que ferem a legislação. Recentemente, uma fornecedora da rede Pernambucanas foi autuada por manter várias pessoas em regime de absoluta escravidão e a empresa garante que também suspendeu o vínculo contratual com a infratora.
No fundo, cada um de nós que frequenta a rede varejista têxtil deve ficar de olho: roupas com preço baixo podem estar escondendo uma realidade social injusta, desonesta, irresponsável.
Que as autoridades não perdoem os infratores e que aqueles que comercializam peças produzidas a partir de trabalho escravo sejam também punidos e seus nomes revelados sem dó.
O lucro obtido a partir da exploração do ser humano é crime. Vamos punir exemplarmente tanto as empresas que expõem os seus funcionários a regimes de escravidão como as empresas que compram de qualquer fornecedor, privilegiando preços baixos em detrimento da dignidade humana.
A indústria da moda tem seu lado podre, como está na reportagem do Valor Econômico. Não podemos tolerar tais desvios éticos. Vamos expurgar o lixo do luxo.

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