quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dependência Química Progressiva: Ilusão ou calamidade?

Acende, puxa, prende, passa! E como passa. Todos os dias centenas de adolescentes, jovens e adultos entram para um grupo social que se titula como adictos ou dependentes químicos. Na verdade não temos como definir certamente o que é um adicto, o que sabemos para quem entra no mundo das drogas e inicia a fase de despertar da consciência admitindo sua impotência diante da situação do vício é um adicto.
De acordo com a Narcóticos Anônimos, existem pelo menos três tipos de usuários de drogas em que todos em potencial podem chegar a dependência: a) O usuário leve – através de influências de amigos, brincadeiras, farras, entra no que chamamos de “curtição”, mas quando chega a responsabilidade, consegue assumir e enfrentar todas adversidades; b) O dependente psicológico – tem efetivamente alguma dependência. A carência afetiva e depressão são alguns dos fatores que podem levar o usuário desta classe ao vício;  c) Dependente químico ou adicto - a Narcóticos Anônimos definiu “adicto”  como dependente químico progressivo, incurável, que sofre compulsão não deixando mais a droga sair de sua vida.
Estamos cercados por influências, a todo momento, em todo lugar. Televisão,  internet, jornais, revistas,  a maioria dos veículos de comunicação nos remete a um mundo de ilusão, em que  obter determinado produto nos trás prazer e autoestima. A história das drogas entrou no mundo e no conhecimento humano através de ilusões, afirmações falsas de felicidade. O ópio que foi motivo de guerra da China com a Inglaterra no século XVII. A cocaína, considerada a droga social consumida por artistas, cientistas, políticos, padres, etc. Até Sigmund Freud, considerado o Pai da psicanálise, fazia o uso de cocaína querendo provar a energia e vitalidade produzida pela droga. O LSD-25, descoberto acidentalmente pelo cientista suíço Hoffman, que ingeriu uma pequena quantidade da droga, inicialmente era utilizado para tratamento de doenças mentais. Hoje, é muito consumido em festas de músicas eletrônicas.
O que percebemos é que essas drogas entraram na humanidade por modismo e ilusão de que “é bom e agradável estar na sintonia que ela proporciona”.  A desmotivação e a dependência física, psicológica que ela agrega a quem a usa só começaram a ser alertadas abertamente há menos de 20 anos.
Grupos organizados da sociedade, como entidades filantrópicas, igrejas e clubes de serviços, tentam com muito custo resgatar pessoas que estão na situação. Percebemos a falta de estrutura e de preparo por parte dos governantes em lidar com o adicto, porque, na maioria das vezes, os mesmos se enquadram em uma das classificações de usuários já ditas anteriormente.
A dependência química agregada ao tráfico de drogas já corresponde a maioria dos furtos, assaltos, assassinatos e prisões feitas no Brasil. Legalizar, combater ou discutir? O fato é que a adicção é uma doença que necessita de um tratamento sério e precisa de mudanças no seu combate para que isso não vire uma epidemia ou calamidade. 
Élvio dos Anjos  - Estudante de jornalismo, tecnólogo em desenvolvimento de sistemas, designer gráfico, projetista e gerente social.

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